Santo Agostinho
Santo Agostinho é considerado um dos fundadores da Teologia, onde sua principal obra De Trinitate, em quinze livros, uma sistematização da doutrina cristã. Das três grandes polêmicas em que se envolveu, contra os donatistas (heresia de Donato, bispo de Cartago, segundo a qual o Pai era superior ao Filho, e o Filho superior ao Espírito Santo) , contra o maniqueísmo e contra o pelagianismo (doutrina dissidente do frade Pelágio, segundo a qual não existe pecado original, nem necessidade da graça divina para a salvação), resultaram muitas obras, entre as quais Doctrina christiana, De Libero arbitrio. Suas obras mais populares, cujo interesse perdura, são as Confissões (Confessiones), obra autobiográfica, e a Cidade de Deus (De civitate Dei) em que discute o problema do bem e o mal, as relações do mundo material e espiritual. Seu estilo literário era primoroso, tomando partido total da flexibilidade da língua. Era um formidável formador de frases, que muitas vezes tornaram-se ponto de partida para controvérsias (como a da predestinação). Suas obras exerceram imensa influência sobre o pensamento filosófico-religioso de toda Idade Média. Sua doutrina trinitária é fundamental. Ensinou que não há subordinação entre as pessoas da Santíssima Trindade, como queriam Tertuliano e Orígenes. Em outros pontos, todavia, contém contradições profundas, devido à mistura de platonismo e neoplatonismo com idéias tradicionais da religiosidade popular. Ofuscada pelo tomismo (doutrina teológica e filosófica de Santo Tomás de Aquino), seu pensamento reapareceria com Lutero e principalmente com Calvino e com os jansenistas (pertencente a doutrina de Cornélio Jansen, bispo de Ipres, sobre a graça e a predestinação), exercendo de novo, hoje, decisiva influência na teologia dialética.
Autor: Francisco Braga
"Quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação! Tu próprio o incitas para que sinta prazer em louvar-te. Fizeste-nos para ti e inqueito esta nosso coração, enquanto no repousa em Ti."
"Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar."
"Não é de admirar se a soberba gera a separação, a caridade, a unidade."
"Oh eterna verdade, verdadeira caridade e querida eternidade! És o meu Deus, por ti suspiro dia e noite"
"Que eu te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também te conheça como sou conhecido! Tu, ó força de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga."
"Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmos o canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente."
"Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (1Ts 5,17). Ainda que faças qualquer coisa, se desejas aquele repouso do Sábado eterno, não cessas de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar."
"A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada."
"Não temos então medo de fraquejar? Por quê? Porque invocaremos o nome do Senhor. Como venceriam os mártires, se neles não vencesse aquele que disse: Alegrai-vos porque eu venci o mundo? (João 16,33)"
"Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão em Deus? Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens."
"Eu peço: amai comigo, correi crendo comigo, desejemos a pátria celeste, suspiremos pela pátria do alto, sintamo-nos como peregrinos aqui."
"Que deseja a alma com mais veemência do que a verdade?"
"Por maior que seja o temor da morte, deve vencê-lo a força do amor com que se ama aquele que, sendo nossa vida, quis sofrer até a morte por nós."
"Disse muito bem quem definiu o amigo como metade da própria alma. Eu tinha de fato a sensação de que nossas duas almas fossem uma em dois corpos."
"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer."
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